Esculpindo uma clínica: relações entre psicoterapia e o fazer artístico



O fazer terapêutico pode ser comparado ao fazer artístico.

Entre outras competências, o clínico artesão faz uso de uma caixa de ferramentas com saberes especializados (científicos, técnicos e teóricos). 

Ao eleger um(a) terapeuta  qualificado(a) para lhe acompanhar, cabe uma pincelada de senso crítico, estético e político. É sempre bom lembrar que trata-se de um espaço preenchido de questões humanas, ou seja, passíveis de discordâncias éticas ou falta de sintonia afetiva.

Quem é a pessoa que acompanhará a sua vida?

Esta pessoa lhe ajudará a esculpir a sua existência “assim como uma obra de arte”, apontando o desnecessário,  evidenciando o necessário, extraindo do seu cotidiano e narrativas existenciais, a matéria-prima para a manutenção, reconstrução e amadurecimento emocional, psicossexual e físico do seu caráter.

Neste sentido, por qual motivo, se faz necessário contratar um serviço psicoterapêutico para enfrentar um adoecimento emocional ou diante de alguma circunstância da vida que esteja lhe causando sofrimento?

Podemos resumir assim: a subjetividade é como uma obra complexa, em constante criação. Por vezes, nós nos perdemos, nos confundimos, nos cansamos, ou mesmo estamos com o desejo aprisionado. Por vezes, somos violados em nossos direitos vitais e sociais, traumatizados por circunstâncias externas a nós.

Por vezes, não percebemos que deixamos de sentir e expressar a vida.  Assim, o acompanhamento especializado, profissional e sensível é de grande valia.

Portanto, para desbloquear o desejo, as forças vitais e o bem viver, exige um espaço clínico com certa liberdade, acolhimento, capacidade técnica, tempo e contrato psicoterapêutico adequado para cada pessoa em sua singularidade.

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